quarta-feira, 13 de agosto de 2014

É Preciso Erradicar Completamente os Reservatórios Latentes Para a Cura?


Um estudo realizado por uma equipe multidisciplinar da Universidade de Harvard, apresenta modelo matemático para calcular a quantidade de vírus latente que deve ser eliminada dos reservatório para que se atinja a cura.
A pesquisa revela uma probabilidade de tempo para que ocorra, eventualmente, a subida da carga viral após um tratamento anti-latência e assim prever a eficácia necessária para essas drogas,  demonstrando que o tempo de rebote pode ser altamente variável e ocorrer depois de anos de remissão. 

G
randes esforços de pesquisa já estão em andamento para desenvolver uma cura para a infecção pelo HIV, permitindo que os pacientes interrompam a terapia anti-retroviral combinada. Novos agentes de reversão da latência podem ser capaz de purgar o reservatório persistente do vírus latente, mas o grau de redução do reservatório necessária para a cura permanece desconhecido. 

O modelo estocástico
 da dinâmica de infecção, criado pelos pesquisadores, serve para estimar a eficácia do LRA necessário para evitar rebote viral após a interrupção da TARV. O
s resultados sugerem que são necessárias reduções de 2000 vezes, para permitir que uma maioria dos pacientes  interrompam a o uso de anti-retrovirais. No entanto, pode ser necessária reduções maiores que 10.000 vezes para evitar rebotes.
O estudo prevê uma grande variação de tempos para acontece rebote após a terapia.
 Estes resultados também se aplicam a outras intervenções para reduzir o reservatório latente e pode explicar o retorno observado de viremia após meses de cura aparente em receptores de transplante de medula óssea ou em recém-nascido tratado precocemente. 
É possível que esses esforços de modelagem irão fornecer um quadro quantitativo para a interpretação de ensaios clínicos de qualquer estratégia de redução do reservatório. 
O modelo é o primeiro a quantificar a eficácia necessária de poder local e regional para o HIV-1 e definir metas para a terapia.

Para uma ampla gama de parâmetros, descobriu-se que as terapias devem reduzir a LR em pelo menos duas ordens de magnitude para aumentar significativamente o tempo para se recuperar após a interrupção da TARV, e que são necessárias reduções de cerca de quatro ordens de grandeza em metade dos pacientes para.

Os desvios-padrão, em tempos de rebote de muitos meses, são esperados devido à variação substancial no tempo de reativação.

Embora a eficácia necessária para estes resultados benéficos provavelmente excedem o alcance das drogas atuais, os resultados permitem algum otimismo, pois o estudo mostra, pela primeira vez, que a reativação de todas as células do reservatório não é necessária para a cessação da TARV.


Isso acontece porque algumas células do LR vão morrer antes de reativar ou, após a ativação, vão deixar de produzir uma cadeia de infecções que levam à recuperação.


Em uma nota mais cautelosa, a ampla distribuição em tempos de reativação exige monitoramento cuidadoso dos pacientes, já que rebotes virais podem ocorrer mesmo após longos períodos de supressão viral.


Fonte: http://www.natap.org/2014/HIV/PNAS-2014-Hill-1406663111.pdf

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