quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Pesquisadores Anunciam o Desenvolvimento de Novas Versões da CRISPR que Permitem Alterar uma Única “Letra” do DNA no Lugar deTrechos do Código Genético

por Cesar Baima
25/10/2017 15:00 / Atualizado 25/10/2017 15:45


RIO - Apontada como um dos maiores avanços da ciência nos últimos anos, a técnica de edição genética conhecida pela sigla CRISPR deu aos cientistas uma maneira relativamente simples, eficiente e barata de manipular o DNA. Isto possibilitou pesquisas mais amplas sobre a influência dos genes na saúde e na doença e despertou a esperança de novas e revolucionárias terapias para uma miríade de condições causadas por mutações genéticas, muitas delas fatais ou debilitantes e atualmente sem tratamento ou cura. Agora, pesquisadores anunciam o desenvolvimento de novas versões da CRISPR que permitem alterar uma única “letra” do DNA no lugar de trechos do código genético, assim como fazer modificações só no RNA, outro tipo de informação genética usada pelos organismos para comandar os processos que nos mantêm vivos.

Autêntico “livro da vida”, o DNA traz todas as informações necessárias para a criação desde uma simples bactéria a um complexo ser humano. E este “livro” é todo “escrito” usando praticamente só quatro “letras”: as moléculas citosina (C), adenina (A), guanina (G) e timina (T), também conhecidas como nucleotídeos. Além disso, estas moléculas se agrupam em pares restritos, de forma que a citosina se une apenas com a guanina e a adenina com a timina, formando as unidades básicas do DNA, os chamados “pares-base” C-G, G-C, A-T e T-A. Por fim, unidos em formato de hélice dupla, estes pares-base compõem a grande molécula do DNA, como os degraus de uma enorme escada espiral que ao microscópio enxergamos como os chamados cromossomos.

Cada organismo, da bactéria ao ser humano, tem seus próprios conjuntos de cromossomos com uma sequência única destes pares-base (e por isso a ordem é importante, isto é, numa estrutura de hélice dupla como a do DNA, C-G é diferente de G-C). Mas esta sequência não é permanente. Devido a fatores ambientais ou internos, ela sofre constantes alterações, as chamadas mutações genéticas. A grande maioria destas mutações é prontamente “corrigida” por mecanismos dentro da própria célula, inofensiva e por vezes até vantajosa, alimentando o processo de evolução por meio da seleção natural. Mas algumas também estão por trás de diversas doenças, do câncer ao mal de Parkinson, passando por condições físicas e psiquiátricas que vão desde distúrbios sanguíneos como a beta-talassemia à esquizofrenia e transtornos de espectro autista.
Até agora, os cientistas identificaram mais de 50 mil mutações genéticas associadas a doenças. Muitas, como o câncer, esquizofrenia e autismo, são poligênicas, isto é, provocadas por múltiplas alterações em vários genes. Mas algumas, como a citada beta-talassemia e certas formas de Parkinson, são causadas pela variação de apenas uma “letra” do DNA em um determinado gene que faz com que, por exemplo, uma proteína seja fabricada de maneira defeituosa. São as chamadas “mutações pontuais”, das quais cerca de 32 mil já foram ligadas ao surgimento ou maior propensão ao desenvolvimento de diversos males.

E são justamente as doenças causadas por estas mutações pontuais o principal alvo do grupo de pesquisadores liderado por David Liu, da Universidade de Harvard, EUA. No início do ano passado, a equipe de Liu já tinha relatado a criação de uma “versão” da CRISPR capaz converter pares-base C-G em T-A alterando quimicamente apenas um dos nucleotídeos, sem a necessidade de “abrir e cortar” a molécula de DNA como na forma “convencional” de uso desta ferramenta de edição genética.


Mas apenas 14% das 32 mil mutações pontuais causadoras de doenças podem ser corrigidas trocando um par C-G por um T-A. A correção da maior parte das mutações pontuais associadas a doenças (48%) depende de fazer a conversão inversa, isto é, um par A-T para um G-C. E é exatamente a criação de uma maneira de realizar esta troca quimicamente, novamente sem a necessidade de “abrir” a molécula do DNA, e, com ajustes, poder fazer todo tipo de transição direta dos nucleotídeos (isto é, sem mudar sua ordem) – C para T, T para C, A para G, e G para A - que Liu e equipe relatam na edição desta quarta-feira da prestigiada revista científica “Nature” com o desenvolvimento do que batizaram de “editores de base de adenina” (ABEs, na sigla em inglês).



- A edição genética convencional da CRISPR desfaz a hélice do DNA, então a edição de base é uma solução mais eficiente e segura para corrigir estas mutações pontuais – disse Liu em teleconferência promovida pela “Nature” para discutir a descoberta com jornalistas. - É basicamente a diferença entre usar uma tesoura e um lápis. Para algumas aplicações, como a edição de trechos maiores de DNA, a tesoura é uma ferramenta melhor. Mas para outras, como a alteração de apenas um par-base, um lápis é melhor.

O maior obstáculo encontrado inicialmente pelos cientistas para fazer as conversões A-T para G-C, e que acabou se mostrando uma certa vantagem, é que, diferentemente do que acontece com as alterações C-G para T-A, não existem enzimas naturais capazes de realizar esta reação química, conhecida como deaminase da adenina, diretamente no DNA. Diante disso, Nicole Gaudelli, pós-doutoranda no laboratório de Liu e primeira autora do artigo na “Nature”, teve que criar praticamente “do zero” e testar uma biblioteca de enzimas que poderiam fazer este trabalho, chegando ao grupo que foi batizado como ABEs.

Guiadas para o ponto específico da sequência de DNA por uma versão da ferramenta de edição genética CRISPR que teve sua capacidade de “abrir e cortar” a hélice removida, estas enzimas mudam a adenina (A) para um outro tipo de nucleotídeo conhecido como inosina (I), mas que a célula lê como se fosse uma guanina (G). E frente ao que para ela parece um “erro de combinação” dos pares-base, a própria célula se encarrega de trocar a timina (T) do outro lado por uma citosina (C), completando a conversão.
- Foi graças à persistência de Nicole nos últimos dois anos que chegamos a estas enzimas – reconheceu Liu. - Como a natureza não tem enzimas capazes de fazer a deaminase da adenina, talvez nossas células não tenham evoluído mecanismos para reconhecer a inosina e remover esta modificação.

Já outro grupo de cientistas liderado por Feng Zhang, do Instituto Broad, parceria entre a Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), também nos EUA, divulgou nesta quarta o desenvolvimento de uma versão da CRISPR para fazer alterações no RNA. Este tipo de código genético em geral atua como um “mensageiro” do DNA do núcleo para o resto da célula, além de ser responsável por reconhecer e transportar os aminoácidos que serão unidos para fabricar as proteínas nas “receitas” determinadas pelos genes.

Assim, as modificações feitas com esta versão, batizada “Repair” (conserto em inglês, numa tradução livre), podem ser apenas temporárias ou localizadas, diferentemente do caráter permanente e abrangente da manipulação do DNA nuclear, ou feitas em estruturas e processos paralelos a ele também associadas com doenças.

- A Repair pode consertar mutações sem mexer no genoma, e como o RNA se degrada naturalmente, é um conserto potencialmente reversível – resume David Cox, estudante de graduação no laboratório de Zhang e um dos coautores de artigo que relata o desenvolvimento da ferramenta, divulgado nesta quarta de forma adiantada pela revista “Science” numa incomum parceria com a publicação do estudo sobre os editores de base na “Nature”, o que mostra a importância de ambos avanços.

Imagina-se que tal capacidade possa permitir, por exemplo, uma diminuição temporária da resposta inflamatória em resposta a uma cirurgia, facilitando a recuperação, ou localizada dos neurônios a determinadas condições, ajudando a prevenir o Alzheimer, ação que poderia ser extremamente maléfica se feita de forma generalizada e/ou permanente. Além disso, a manipulação do RNA no lugar do DNA pode ser uma via mais rápida para o desenvolvimento de tratamentos para condições provocadas por mutações pontuais que afetem a fabricação de proteínas do que os ABEs, trazendo, se não a cura definitiva, alívio nos sintomas de doenças como o próprio mal de Parkinson, distrofia muscular de Duchenne e alguns tipos de epilepsia, entre outras.

CB



quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Identificação dos Vírus HIV1 Geneticamente Intactos em Células TCD4 Específicas de Indivíduos Efetivamente em Tratamento

Esta é parte do artigo original publicado no site:
http://www.cell.com/cell-reports/fulltext/S2211-1247(17)31386-4


Destaques

  • FLIPS utiliza NGS para seqüenciar e caracterizar geneticamente os provírus do HIV-1
  • O FLIPS identifica provírus HIV-1 genéticamente intactos e com probabilidade ​​de replicação
  • Providentes idênticos do HIV-1 sugerem manutenção do reservatório pela proliferação celular
  • Demonstrar as vantagens de FLIPS em relação a outros ensaios comuns de seqüência de HIV-1
Resumo
O HIV-1 competente para a replicação latente persiste em indivíduos com terapia antirretroviral de longa duração (ART). Desenvolvemos o ensaio de sequenciação de provadores individuais completos (FLIPS) para determinar a distribuição de HIV-1 com capacidade de replicação latente nas células de memória CD4 +Subconjuntos de células T em seis indivíduos em ART de longo prazoO FLIPS é um ensaio eficiente e de alto rendimento que amplifica e seqüência mais perto de genomas proviral HIV-1 de comprimento total (~ 9 kb) e determina a potencial competência de replicação através da caracterização genética. O FLIPS fornece uma perspectiva de escala do genoma que aborda as limitações de outros métodos que também caracterizam geneticamente o reservatório latente. Usando FLIPS, identificamos 5% dos provírus como intactos e potencialmente replicáveis. Os provírus intactos foram distribuídos de forma desigual entre subconjuntos de células T, com células de memória efectoras contendo a maior proporção de provírus HIV-1 geneticamente intactos. Identificamos múltiplos provírus intactos idênticos, sugerindo um papel para a proliferação celular na manutenção do reservatório latente HIV-1.

FLIPS
Ao realizar o ensaio FLIPS, o NGS é usado para seqüenciar provérbios HIV-1 únicos (intactos e defeituosos). Duas rodadas de PCR aninhada em diluição limitante usando iniciadores que visam as regiões de repetição terminal longa (LTR) de 5 'e 3' U5 altamente conservadas são usadas para amplificar ~ 9 kb do genoma do HIV-1 ( Figura 1 A). O NGS de provadores amplificados de alto rendimento é realizado na plataforma Illumina MiSeq, e os contigs províricos individuais são gerados pela montagem de novo . Para identificar provérbios defeituosos, é utilizado um rigoroso processo de eliminação ( Figura 1B) pelo qual os provírus que contêm sequências de inversão, deleções internas grandes (> 100 pb), hipermutação / codões de parada detestáveis, quadros de quadros ou mutações no sinal de empacotamento ou no principal dador de amoldos (MSD) são definidos como defeituosos e replicativos incompetentes. Os provadores que faltam esses defeitos são considerados geneticamente intactos e potencialmente replicáveis. Na otimização do ensaio FLIPS, primeiro determinamos a extensão em que o FLIPS amplifica o DNA do HIV-1 presente em uma amostra. Para isso, diluímos o plasmídeo HIV-1 pWT / BaL (obtido através do Programa de Reagentes de AIDS, Divisão de AIDS, Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas [NIAID], NIH: HIV-1 HXB3 / BaL Clone Molecular Infeccioso (pWT / BaL) do Dr. Bryan R. Cullen) de 20 cópias para uma cópia e realizaram múltiplas reações de PCR de comprimento total em cada diluição,Figura 1 E). O número de reações positivas diminuiu com o número de modelos por reação, com FLIPS amplificando 5% das reações quando pWT / BaL foi diluído para 1 e 2 cópias por reação. Ao calcular a distribuição de Poisson para esta experiência, o número esperado de modelos amplificados por reação correspondeu ao número real de cópias por reação, sustentando que, em diluições de 1 e 2 cópias por poço, os produtos amplificados são originários de um único modelo.

A classificação de um provírus sequenciado como intacta depende da ausência de deleções, inserções e / ou mutações. Em seguida, era importante determinar a taxa de erro do ensaio FLIPS, uma vez que os erros da polimerase poderiam introduzir artificialmente defeitos no contig proviral final. Amplificamos o plasmídeo pWT / BaL intacto na diluição limitante e 10 amplicões sequenciados que comparamos à sequência de referência pWT / BaL disponível. Nenhuma das seqüências continha eliminações ou inserções; No entanto, uma seqüência continha uma única mudança de nucleotídeo (C | T) na posição 1519 (em relação a HXB2). Isso permitiu a determinação da taxa de erro para o teste FLIPS como 1 mudança em cada 89.330 nt seqüenciado (ou 1.12 × 10 -5 nt -1 ) (intervalo de confiança, 1 em 16.000 para 1 em 3.530.000).

Os reservatórios latentes de HIV-1 de indivíduos em ART de longo prazo contêm poucos vírus geneticamente intactos
Os provírus competentes de replicação persistem em estado latente em indivíduos em ART supressiva e a carga viral rapidamente se recupera após a cessação da terapia ( Chun et al., 2010 , Davey et al., 1999 ). Estudos anteriores identificaram o HIV-1 competente para a replicação latente em vários subconjuntos de células T CD4 + incluindo memória ingênua (T N ), central (T CM ), transicional (T TM ) e efetora (T EM ) ( Chomont et al ., 2009 , Soriano-Sarabia et al., 2014). Para determinar se a distribuição de vírus HIV-1 com potencial de replicação diferentes foi diferente entre os subconjuntos de células, aplicamos o ensaio FLIPS para caracterizar geneticamente o reservatório latente de HIV-1 em diferentes subconjuntos de células T CD4 + isolados do sangue periférico dos participantes em longo - ARTE supressiva. Obtivemos subconjuntos de células T N , T CM , T TM e T EM CD4 + de seis participantes que estavam em TAR supressiva por 3 a 17 anos (3 ART iniciada durante infecção aguda / precoce (2115, 2275 e 2302) e 3 iniciaram TAR durante infecção crônica (2026, 2046, 2452)


...
Continua em:
http://www.cell.com/cell-reports/fulltext/S2211-1247(17)31386-4
CB

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CEO Alemã: Imunoterapia para Tratar Câncer e HIV

Clara Rodríguez Fernández em 23/10/2017

Mariola Söhngen tem um excelente histórico como empreendedora e líder em biotecnologia e farmacêutica. Em 1998, após 10 anos trabalhando com a grande farmácia, fundou sua primeira empresa, a Bootcamp , para ajudar jovens profissionais para uma carreira no setor de saúde. Dois anos depois, fundou a PAION , uma biotecnologia em Aachen que quer modernizar o campo dos anestésicos , onde as drogas de 30 anos ainda são usadas.
Söhngen trabalhou com a PAION por 15 anos quando decidiu mudar e se mudar para a imunooncologia, um campo com o qual ela se sente apaixonada. Em 2015, ela se juntou com o CEO da Mologen , uma empresa com sede em Berlim, visando duas grandes áreas terapêuticas, câncer e HIV, usando uma única droga feita de DNA.
A droga, chamada lefitolimod , está atualmente em ensaios de Fase III como um tratamento para o câncer colorretal metastático e pode estar pronta para aceitar aprovação em 2019. Fiquei muito impressionado com as possibilidades que tal droga poderia abrir, bem como pela experiência de Söhngen. Então eu falei com ela diretamente para obter sua visão especializada sobre o campo das imunoterapias e alguns conselhos para aqueles que querem seguir seus passos como líder de biotecnologia.

O que o motivou a criar suas próprias empresas?

Depois de aproximadamente 15 anos trabalhando com produtos farmacêuticos estabelecidos, aprendi como a indústria farmacêutica marca e o que é necessário para desenvolver com sucesso uma droga e trazê-la para o mercado. Eu senti que o tempo estava certo para eu fazer algo por conta própria e estabelecer minha própria influência.
Também voltando às gerações, tem havido muitos empresários na minha família. Não na indústria de biotecnologia, mas em outros negócios. Crescendo nesta grande família, eu sempre vi muitas pessoas à minha volta que eram autônomas, bem-sucedidas e felizes com elas. Saber que pode ser feito foi um grande impulso.

Por que você decidiu então seguir em frente e começar a trabalhar como CEO da Mologen?

Depois de 15 anos com PAION, tendo estabelecido muitos projetos de desenvolvimento, perguntei-me: eu quero continuar por muitos outros próximos anos, ou quero uma mudança? Não era que minha curva de aprendizado estava aplanando, mas pensei que poderia tentar algo novo.
Durante muitos anos, eu estava muito, muito interessada em oncologia. Você pode ver, todos os dias, novas empresas a serem formadas nesta área. Eu podia ver como avanços como inibidores do ponto de controle chegaram ao mercado e revolucionaram o tratamento do câncer.
Então eu comecei a olhar ao redor, e depois de um curto período de tempo eu tive a oportunidade de dar uma olhada no que Mologen estava fazendo, e achei fascinante a empresa. Depois de uma diligência muito minuciosa, vi que era absolutamente útil juntar-se - e eu fiz.

Qual potencial você vê neste campo de imunoterapia contra câncer?

As imunoterapias e os inibidores do ponto de controle, em particular, foram o primeiro tipo de terapia que poderia transformar verdadeiramente os pacientes com câncer em sobreviventes de longo prazo. Enquanto outras terapias, incluindo quimioterapia, sobrevivência prolongada de alguns meses, uma certa porcentagem de pacientes tratados com inibidores do ponto de controle, na ordem de 10-20%, vivem por anos.
Agora, o próximo passo é: como você aumentaria o número de pacientes que se beneficiam com isso? E a resposta ficou bem clara. Todo mundo está tentando combinar tratamentos de imunoterapia para aumentar o efeito e funciona. Atualmente, existem centenas de testes combinados em todo o mundo.
Então, se você olhar para a complexidade do sistema imunológico, existem muitos alvos que você pode atacar. Muitos ainda estão lá para serem explorados. E toda a comunidade médica está aprendendo muito sobre como tratar o câncer, como abordá-lo. Cada ano que passa, estamos cada vez mais perto de fazer com que muitas indicações de câncer sejam doenças gerenciáveis. O número de pacientes que sobrevivem ao câncer atualmente é muito, muito maior do que o passado.

Como você diz, existem muitas empresas na área de imunooncologia. O que faz com que Mologen se destaque?

Somos uma das poucas empresas de imunooncologia que possuem um produto de fase 3 com fase tardiaA maioria das empresas está em um estágio muito anterior de desenvolvimento clínico, muitos mesmo no desenvolvimento pré-clínico.
Nós também desenvolvemos nossos produtos a partir do zero; nós não licenciamos, eles são produtos de nossa propriedade que nossos cientistas inventaram. Eles são completamente de nossa propriedade, sem restrições. E, em um estágio tardio de desenvolvimento, isso é algo muito especial.
Agora, olhando mais de perto as indicações em que estamos ativos, muitas empresas no campo estão ficando fortes para câncer de melanoma ou sangue. Nós somos um dos poucos atacantes do câncer colorretal metastático, que tem uma grande necessidade médica. Este é um câncer que está aumentando a incidência devido, em grande parte à nossa nutrição, e também devido ao envelhecimento da população.
Então, quando olhamos mais estreitamente para as empresas que lidam com os agonistas do TLR-9, consideramos nosso composto principal como o melhor da sala de aula. Possui as melhores qualidades moleculares, e é o menos tóxico de todos esses compostos.

Você não trabalha apenas em oncologia: seu candidato principal também está em desenvolvimento em fase avançada para tratar o HIVComo uma terapia única pode tratar o câncer e a AIDS?

Bem, em uma pessoa saudável, o sistema imunológico é capaz de lutar contra células cancerígenas que estão se desenvolvendo, cada minuto de nossas vidas, além de bactérias ou vírus intrusos. No entanto, o sistema imunológico perde essa habilidade quando os pacientes desenvolvem câncer ou doenças infecciosas severas.
Lefitolimod é uma molécula de DNA não codificante com regiões especiais chamadas de motivos CG que se assemelham a certas partes de DNA bacteriano ou viral. Quando nossa molécula se liga ao receptor TLR-9, ele desencadeia um sinal de que uma bactéria ou vírus entrou no sistema. Estamos basicamente enganando o receptor com um sinal de perigo que ativa o sistema imunológico.
No caso do HIV, fomos abordados pela Universidade de Aarhus, pedindo um julgamento com Lefitolimod para testar um processo chamado "chutar e matar". O HIV se esconde no sistema imunológico, então as células que devem atacar o vírus são na verdade o células infectadas. E como o HIV é um vírus adormecido, a célula não parece estar infectada. Quando Lefitolimod está sendo administrado a pacientes com HIV, o vírus será "chutado" e começa a se replicar. Em seguida, a célula infectada será detectada e "morto". O objetivo é erradicar o vírus do sistema.
A Gilead deu aos nossos parceiros da Universidade de Aarhus um subsídio especial para um julgamento de continuação que começaremos no próximo ano. Então, lefitolimod será combinado com um anticorpo neutralizador de vírus da Universidade Rockefeller.

Como empresário alemão, qual a sua opinião sobre o empreendedorismo na Europa, em comparação com os EUA?

Temos uma grande ciência em ambos os lados do Atlântico. E, embora existam apenas mais recursos nos EUA, há muitas boas iniciativas para apoiar startups aqui na Europa. Mas a percepção é muito diferente. Nos EUA, a atitude diz: "Qual é a vantagem? O que há para mim? "E do lado da UE, é mais:" Quais são os riscos? Como posso me proteger contra eles? "
Você tem um nível de motivação completamente diferente, se você está procurando a vantagem, em vez de sempre procurar o que pode dar errado. Eu acho que isso é algo que provavelmente é inerente à cultura, na forma como crianças e jovens adultos estão sendo criados.

Como é sua experiência pessoal como empreendedor e líder? Que conselho você daria aos jovens empresários?

Para mim foi e é divertido. É a coisa mais estimulante. Também são muitas as lutas, não temos todos os dias grandes sucessos maravilhosos. É um pouco como jogar xadrez tridimensional, você realmente precisa usar seu cérebro para encontrar uma solução.
Também não é um trabalho de 9 a 5. Se você está procurando uma vida mais estruturada e "normal", se você quiser, uma empresa de biotecnologia talvez não seja o lugar certo. Você também precisa de uma excelente autogestão. Você realmente tem que se conhecer muito bem e garantir que você fique motivado e pronto para enfrentar os desafios todos os dias, muitas vezes sob pressão.
Eu sempre digo aos jovens empresários: "Não tenha medo de fazê-lo". Na Europa, e especialmente na Alemanha, todos temem muito o fracasso. Não há absolutamente nenhuma desvantagem para o fracasso. Se você tentou muito e não funcionou, está tudo bem. É muito, muito gratificante e muito divertido. Não consegui imaginar um lugar melhor para ser.
https://labiotech.eu/mariola-sohngen-mologen-cancer-hiv/

CB

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Pesquisadores Descobrem Proteína que Combate Infecções por Vírus



LONDRES — Durante um estudo sobre o câncer, uma equipe de pesquisadores descobriu que uma proteína, conhecida como Hira, é capaz de frear o desenvolvimento dos vírus. Pesquisas anteriores já haviam detectado o papel da molécula na supressão de tumores, e a nova descoberta indica que ela pode ajudar no combate a infecções. Agora, dizem os pesquisadores, o desafio é compreender o seu funcionamento para que os estudos em laboratório possam se transformar em tratamentos para doenças como a gripe e a Aids.


Em entrevista à BBC, Taranjit Singh Rai contou que ele e sua equipe na Universidade do Oeste da Escócia, em parceria com cientistas da Universidade Glasgow, descobriram que a Hira tinha potencial para suprimir a divisão descontrolada de células cancerígenas. Mas ao longo da pesquisa um fato intrigante foi detectado:

— Se você quer estudar o câncer, usa os vírus para entregar a mutação dentro das células — explicou Rai. — Mas todas as vezes que eu usava os vírus, essa proteína se movia para um novo lugar. Isso me fez pensar que talvez ela tinha algo a ver com os vírus, mas como eu estava num projeto sobre o câncer, isso ficou para trás.
Após a conclusão da pesquisa sobre o câncer, Rai passou a investigar o papel da proteína sobre os vírus, e os resultados, publicados na última edição do periódico “Nucleic Acids Research”, mostram que a Hira desempenha papel fundamental na defesa do organismo contra infecções virais. Em laboratório, eles desabilitaram o gene responsável pela produção da proteína em camundongos, e os animais mutantes se tornaram mais suscetíveis a infecções que o grupo de controle.
— Nós desligamos essa proteína e esses organismos ficaram muito propensos ao vírus da herpes — contou o pesquisador.

Experimentos com células in vitro apresentaram os mesmos resultados, indicando que, de alguma forma, essa proteína exerce papel fundamental para impedir que os vírus infectem as células. Resta saber o funcionamento desse processo. A Hira está presente naturalmente em todas as células do nosso corpo, e com o avanço da idade, a concentração aumenta, sugerindo que ela também desempenhe papel importante no envelhecimento.
Segundo Rai, é provável que o aumento das concentrações da proteína no organismo possa ajudar no combate a doenças virais.
— Eu acho que companhias farmacêuticas estejam interessadas em descobrir como aumentar os níveis desta proteína — comentou Rai. — Porque se você tiver mais dessa proteína, você pode combater melhor os vírus.
Além disso, o aprofundamento dos estudos pode levar a um melhor entendimento sobre como as infecções virais acontecem.
— Nós realmente não entendemos a causa real da gripe comum. Você vai ao médico e ele diz: “você ficará melhor em sete ou dez dias”. Nós ainda nem sabemos uma cura para ela — disse o pesquisador. — Então eu acredito que nós precisamos realmente compreender como esses vírus operam, como eles sequestram a maquinaria celular. E o que nós encontramos é um dos principais componentes dessa maquinaria celular que previne que o vírus se integre ao genoma.

https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/pesquisadores-descobrem-proteina-que-combate-infeccoes-por-virus-21965321

CB

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Gilead Concede US$ 7,5 Milhões para Promover a Pesquisa de Cura Contra o HIV

FOSTER CITY, Califórnia - (  ) - A Gilead Sciences, Inc. (NASDAQ: GILD) anunciou hoje a segunda rodada de beneficiários de seu programa de bolsas de cura para o HIV. Este novo compromisso proporcionará US $ 7,5 milhões para apoiar cinco iniciativas adicionais de pesquisa de cura do HIV lideradas por instituições acadêmicas e focadas na pesquisa translacional e estudos de eficácia em modelos pré-clínicos.
Encontrar uma cura para o HIV é um desafio formidável para a comunidade científica. Juntamente com os nossos mais novos beneficiários de subsídios, todos com um registro de excelência em suas pesquisas, podemos tomar medidas coletivas para ajudar a acabar com esta devastadora epidemia ", disse William Lee, Ph.D., Vice-presidente Executivo de Pesquisa da Gilead Sciences. Estamos orgulhosos de apoiar esses líderes na pesquisa sobre o HIV e estamos confiantes em sua capacidade de fazer contribuições significativas e mensuráveis ​​nesta área de necessidade médica não atendida".
As seguintes organizações e projetos correspondentes receberão subsídios da Gilead para ajudar a financiar suas atividades (Instituição / Investigador Principal / Nome do Projeto):
  • Universidade da Califórnia, São Francisco, Faculdade de Medicina, Microbiologia e Imunologia, Chan Zuckerberg Biohub - Alexander Marson, MD, Ph.D. - Uma plataforma CRISPR integrada para descobrir reguladores da latência do HIV em células T primárias humanas
  • Instituto de Genética Humana, Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) e Universidade de Montpellier - Monsef Benkirane, Ph.D. - Pavimentando o Caminho para a Eliminação da Célula CD4T Persistente do HIV In Vivo
  • Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts - Abraham L. Brass, MD, Ph.D. - Uma tela CRISPR / Cas9 para descobrir os fatores de latência do HIV-1
  • Laboratório Nacional de Frederick para Pesquisa de Câncer, AIDS e Programa de Vírus do Câncer - Jeffrey D. Lifson, MD - TLR Ligand Aumentado, Tissue Homing AIDS Virus-Specific Adoption Cell Therapy to Target Viral Reservoirs
  • Dana-Farber Cancer Institute - Joseph G. Sodroski, MD - Desbloqueando HIV-1 Env para empobrecer os reservatórios Viral
O programa de bolsas de cura para o HIV, anunciado inicialmente em fevereiro de 2016, ressalta o compromisso da Gilead de curar e, em última instância, erradicar o HIV e a AIDS por meio de sua pesquisa e desenvolvimento e liderança filantrópica. O primeiro conjunto de bolsas de cura para o HIV, totalizando mais de US $ 22 milhões, foi concedido a 12 projetos em janeiro de 2017.
Há quase 30 anos, a Gilead tem sido uma inovadora líder no campo do HIV, gerando avanços no tratamento, prevenção, testes e vínculo com os cuidados e pesquisa da cura. Em novos esforços para acabar com a epidemia de HIV, Gilead está conduzindo pesquisas clínicas em estágio inicial para identificar novos agentes e estratégias que poderiam desempenhar um papel na erradicação da infecção pelo HIV no organismo.
O programa de doação corporativa da Gilead tem como objetivo reduzir as disparidades em saúde, fornecer acesso, avançar a educação médica e apoiar as comunidades locais. Em 2016, os Fundadores Preocupados pela AIDS (FCAA) reconheceram a Gilead como o principal financiador corporativo global de programas de HIV / AIDS e o segundo, em geral, atrás da Fundação Bill & Melinda Gates.
http://www.businesswire.com/news/home/20171016005352/en/Gilead-Awards-7.5-Million-Grants-Advance-HIV
CB

sábado, 14 de outubro de 2017

Controle do HIV com Terapia CAR T Melhorada; Testes em Humanos Planejados Para a Próxima Primavera


Bradley J. Fikes - 12/OUT/2017
Um tratamento inovador contra o câncer será testado contra o hiv em pacientes no próximo ano. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia , onde seu uso em câncer de sangue foi pioneiro, dizem que eles modificaram múltiplas facetas da chamada terapia com células CAR T. Utiliza células imunes geneticamente modificadas para lutar contra alvos de doenças.
O tratamento anteriormente falhou no teste clínico para o HIV. A versão melhorada é mais de 50 vezes mais efetiva na redução da replicação do HIV que a anterior, dizem eles.
Um estudo demonstrando os melhores resultados foi publicado quinta-feira no jornal PLOS Pathogens. James L. Riley foi autor sênior. Rachel S. Leibman foi o primeiro autor. Vá para j.mp/carthiv para o estudo.
A terapia melhorada está planejada para testes em alguns pacientes a partir do final da primavera de 2018, disse Riley. Beneficia do trabalho de cientistas, incluindo o pesquisador Carl June da Universidade da Pensilvânia, cuja pesquisa levou ao tratamento de leucemia, Kymriah, disse ele.
"É bom ter uma referência pela qual você conheça esta configuração particular funciona", disse Riley.
June originalmente tinha como objetivo desenvolver tratamentos imunológicos para o HIV, de acordo com um artigo de perspectiva sobre a terapia com células CAR T no New England Journal of Medicine . June mudou de foco depois que sua esposa desenvolveu câncer de ovário em 1996. Morreu em 2001.
A terapia usa células T, uma parte importante do sistema imunológico, geneticamente projetado para procurar e atacar células que produzem proteínas específicasAs células são extraídas do paciente e nela são inseridos os genes terapêuticos e depois de multiplicadas são reinfundidas no paciente.
No câncer, o sistema imunológico tem dificuldade em reconhecer que as próprias células do corpo se tornaram um perigo para serem eliminadas. O receptor de antígeno quimérico, ou as células CAR T são projetadas para superar esse problema.
Além disso, esta terapia tem o potencial de fornecer controle permanente. Algumas células T persistem mesmo quando o alvo é eliminado, pronto para entrar em ação quando necessário. Isso é valioso no caso do câncer e do HIV, doenças em que a eliminação completa da doença é muito difícil.
No caso de Kymriah, as células CAR T procuram uma proteína produzida por células B, células imunitárias produtoras de anticorpos que se tornam cancerosas na forma de leucemia que a droga trata.
Para o HIV, o desafio é mais complicado, porque o vírus infecta as próprias células T. Ele também integra seu próprio código genético no DNA celular. Para parar isso, os pesquisadores melhoraram a célula T original projetada para melhor resistir à infecção e controlar a replicação do HIV.
O estudo é um "tour de force", disse Rowena Johnston, vice-presidente e diretora de pesquisa do amFAR, The Foundation for Aids Research. A organização internacional sem fins lucrativos é dedicada à pesquisa, prevenção e políticas públicas de HIV / AIDS.
"Foi realmente uma investigação muito minuciosa, e muito oportuna", disse Johnston. "Observou muitos dos componentes críticos de como vamos aplicar a terapia com células CAR T no HIV".
Johnston disse que está otimista de que a terapia com células CAR T acabará por ser capaz de controlar o HIV o suficiente para que aqueles com o vírus possam confiar sozinhos, sem precisar de outros medicamentos.
No entanto, a eliminação total do vírus do corpo, que resultaria em uma cura, é muito mais desafiadora, disse ela. Mas um dia, mesmo uma cura pode ser possível com essa abordagem.
http://www.sandiegouniontribune.com/business/biotech/sd-me-immune-hiv-20171012-story.html
CB