segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Surpreendente Cura Funcional de Mulher Argentina após TARV em fase Crônica

Western blot negativo após suspensão de 7 anos TARV. É o que aconteceu com uma argentina, diagnosticada com HIV na fase crônica avançada.

A paciente começou a terapia anti-retroviral e atingiu carga viral indetectável. Após, o tratamento foi suspenso por 7 anos e o vírus não está detectável.

O RNA do HIV ou proviral DNA e testes estão negativos para anticorpos
anti-HIV. A mulher não têm padrões genéticos HLA ou a exclusão delta32 CCR5, ligado à proteção contra o HIV. 

A cura funcional -ausência de replicação do HIV sem TARV- tem sido descrita após a suspensão da medicação em alguns pacientes ainda na fase aguda,como no caso do estudo francês VISCONTI, mas no caso da
paciente argentina parece ser o primeiro relatório de cura funcional e testes de anticorpos negativos (sororreversão) após a interrupção da TARV iniciadA em infecção crônica avançada.

O caso é ainda mais intrigante porque a mulher não tem nenhuma características genética conhecida por conferir proteção contra a infecção pelo HIV.

De fato, a literatura está repleta de relatos de rebote virológico 
após o tratamento ser interrompido, mesmo depois que as pessoas testam negativo para o DNA pró-viral e anticorpos anti-HIV sem tratamento.

Pesquisadores de Ciudad Autónoma de Buenos Aires e colegas descreveram o caso de uma Mulher de 51 anos, internada no hospital, em 1996, com AIDS e encefalite toxoplasmática.

O teste para ELISA foi positivo, confirmado pelo western blot
Ela fez uso dos medicamentos pryrimethamine, clindamicina, e leucovorina para encefalite e de três anti-retrovirais: 
nevirapina, zidovudina e didanosina.

Os investigadores não têm registro de carga viral pré-tratamento
ou contagem de CD4. Duas semanas depois do início do tratamento, 
esta mulher tinha carga viral de 2.200 cópias e uma contagem de CD4 de 164.

A mulher recuperou-se da encefalite, mas o esquema anti-retroviral falhou depois de 1 ano, quando a carga viral subiu para 36.000 
cópias. 

Em novembro de 1997, com uma contagem de CD4 de 490 (32%), ela inicia
o esquema indinavir, estavudina e lamivudina. Sua carga viral tornou-
se indetectável e assim permaneceu, com exceção de um blip a 54 cópias em agosto de 2000. 

Em Novembro do mesmo ano, substituiu indinavir por abacavir, e, em 2007, parou seus anti-retrovirais inteiramente por ter desenvolvido 
lipodistrofia e apresentar lipídios anormais. No entanto, sua carga 
viral permaneceu indetectável desde então.

A contagem de CD4 ficou entre 568 e 885 desde a interrupção da TARV, e sua relação CD4/CD8 agora está em 1,4.

Sua carga viral permaneceu abaixo do limite de detecção (RT-PCR), mesmo quando aplicado ensaios padrão e ultra-sensíveis.

O ADN de HIV não pode ser detectada em células mononucleares do sangue periférico por PCR.

Os anticorpos contra o HIV-1 e HIV-2 não podem ser detectados por 
quimioluminescência e em teste western blot (HIV-1).

Além da paciente não apresentar ausência da deleção CCR5 delta32, ligadas à proteção contra o HIV, não demonstra a presença de genes de proteção conhecidos para o HIV.

A equipe de pesquisadores classifica este caso como uma cura funcional
com sororreversão. Eles planejam uma avaliação adicional dos reservatórios virais em células T e da resposta imunológica para o HIV-1.

Fonte: http://www.eatg.org/news/170675/No_HIV_RNA_or_DNA%2C_negative_western_blot%2C_after_7-year_ART_suspension

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