CROI 2016 - UM AGENTE IMUNOTERÁPICO pode forçar a saída do
SIV dos reservatórios virais em macacos infectados
Uma estratégia chamada “chutar e matar”,
destinada à ativação de células latentes infectadas pelo HIV, de
modo que o vírus possa ser destruído, surgiu há um período de tempo
atrás.
Pesquisadores de Yerkes têm buscado por uma possível
forma de fazê-lo em um modelo de primatas não humanos (SIC) e relataram seus resultados na
Conferência sobre retrovírus e infecções oportunistas em
Boston Fev/2016.
Um tratamento de reforço imune pode forçar o SIV (Vírus da
Imunodeficiência Símia) a sair de seus esconderijos em macacos
infectados que têm o vírus controlado com drogas
antirretrovirais, informam os cientistas do Centro de Pesquisa
Nacional de primatas da Universidade de Emory em
Yerkes. Os resultados foram apresentados na quarta-feira, 24 de
Fevereiro na Conferência sobre retrovírus e infecções
oportunistas em Boston por uma estudante graduada chamada Geetha
Mylvaganam. Rama Rao Amara, Doutor, Professor de Microbiologia e Imunologia
de Yerkes e do Centro de vacinas
Emory, liderou o projeto. Colaboradores envolvidos no
estudo, como Rafi Ahmed, PhD, Diretor do Centro
de vacina e um eminente estudioso de Emory Geórgia, da Aliança
Europeia de Pesquisas e Gordon Freeman, PhD, do Instituto do Câncer
Dana-Farber. Mylvaganam faz parte do programa de
pós-graduação em de patogênese molecular e imunologia em Emory.
Com o controle de drogas antirretrovirais pode-se, geralmente,
manter o HIV em pessoas cronicamente infectadas, mas não conseguem o
eliminar completamente. Isto porque algumas células imunes
abrigam o vírus em estado latente. Uma estratégia surgiu chamada
“chutar e matar”, destinada à ativação dessas células, de modo
que o vírus possa ser eliminado do organismo.
A equipe de Yerkes
testou os efeitos do bloqueio da Pd 1,
uma molécula que inibe a resposta imune durante infecções
crônicas, em combinação com a terapia antirretroviral. Anticorpos que
bloqueiam PD-1 também têm sido testados com algum sucesso, como
agentes imunoterápicos contra o câncer A equipe
desenvolveu um anticorpo “primatizado” anti-PD 1, para reduzir as
respostas imunológicas dos macacos ao anticorpo em
si e permitir repetidas infusões.
Com alguns macacos infectados com SIV, os pesquisadores trataram deles com anticorpo
anti-PD-1 por 14 dias, começando dez dias antes
do início da terapia antirretroviral. Nesta situação, os animais tratados
com o anti-PD-1- apresentaram mais rápida supressão viral (média 42 dias na
PD-1 grupo versus 140 dias em controles) e uma
quantidade maior de células T antivirais ativas.
Além disso, outros macacos infectados com SIV foram
tratados com anticorpo anti-PD-1 (três infusões, com um mês
entre cada) após terapia antirretroviral tinha trazido os níveis
virais para um patamar muito baixo. Isso
resultou em reaparições transitórias do SIV em seu sangue,
não observadas em animais usados como controle.
Os pesquisadores
concluem: “Estes resultados revelam pela primeira vez
o potencial de bloqueio do PD-1 , tanto sobre a restauração
de antivirais da função de células T CD8, e possivelmente de
desestabilizar o reservatório viral sob TARV. Eles realçam
o potencial de bloqueio do PD-1 para trabalhar em
sinergia com outros agentes terapêuticos como vacinas e
agentes de latência, para efetivamente diminuir os reservatórios do
HIV sob a TARV como um meio de estabelecer uma cura funcional”.
EGC
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