domingo, 28 de fevereiro de 2016

CROI 2016 - UM AGENTE IMUNOTERÁPICO

CROI 2016 - UM AGENTE IMUNOTERÁPICO pode forçar a saída do SIV dos reservatórios virais em macacos infectados


Uma estratégia chamada “chutar e matar”, destinada à ativação de células latentes infectadas pelo HIV, de modo que o vírus possa ser destruído, surgiu há um período de tempo atrás.
Pesquisadores de Yerkes têm buscado por uma possível forma de fazê-lo em um modelo de primatas não humanos (SIC) e relataram seus resultados na Conferência sobre retrovírus e infecções oportunistas em Boston Fev/2016.

Um tratamento de reforço imune pode forçar o SIV (Vírus da Imunodeficiência Símia) a sair de seus esconderijos em macacos infectados que têm o vírus controlado com drogas antirretrovirais, informam os cientistas do Centro de Pesquisa Nacional de primatas  da Universidade de Emory em Yerkes. Os resultados foram apresentados na quarta-feira, 24 de Fevereiro na Conferência sobre retrovírus e infecções oportunistas em Boston por uma estudante graduada chamada Geetha Mylvaganam. Rama Rao Amara, Doutor, Professor de Microbiologia e Imunologia de Yerkes e do Centro de vacinas Emory, liderou o projeto. Colaboradores envolvidos no estudo, como Rafi Ahmed, PhD, Diretor do  Centro de vacina e um  eminente estudioso de Emory Geórgia, da Aliança Europeia de Pesquisas e Gordon Freeman, PhD, do Instituto do Câncer Dana-Farber. Mylvaganam faz parte do programa de pós-graduação em de patogênese molecular e imunologia em Emory.

Com o controle de drogas antirretrovirais pode-se, geralmente, manter o HIV em pessoas cronicamente infectadas, mas não conseguem o eliminar completamente. Isto porque algumas células imunes abrigam o vírus em estado latente. Uma estratégia surgiu chamada “chutar e matar”, destinada à ativação dessas células, de modo que o vírus possa ser eliminado do organismo.

A equipe de Yerkes  testou os efeitos do bloqueio da Pd 1, uma molécula que inibe a resposta imune durante infecções crônicas, em combinação com a terapia antirretroviral. Anticorpos que bloqueiam PD-1 também têm sido testados com algum sucesso, como agentes imunoterápicos contra o câncer  A equipe desenvolveu um anticorpo “primatizado” anti-PD 1, para reduzir as respostas imunológicas  dos macacos ao anticorpo em si e permitir repetidas infusões.

Com alguns macacos infectados com SIV, os pesquisadores trataram deles com anticorpo anti-PD-1 por 14 dias, começando dez dias antes do início da terapia antirretroviral. Nesta situação, os animais tratados com o anti-PD-1-  apresentaram mais rápida supressão viral (média 42 dias na PD-1 grupo versus 140 dias em controles) e uma quantidade maior de células T antivirais ativas.

Além disso, outros macacos infectados com SIV foram tratados com anticorpo anti-PD-1 (três infusões, com um mês entre cada) após terapia antirretroviral tinha trazido os níveis virais para um patamar muito baixo. Isso resultou em reaparições transitórias do SIV em seu sangue, não observadas em animais usados como controle.


Os pesquisadores concluem: “Estes resultados revelam pela primeira vez o potencial de bloqueio do PD-1 , tanto sobre a restauração de antivirais da função de células T CD8, e possivelmente de desestabilizar o reservatório viral sob TARV. Eles realçam o potencial de bloqueio do PD-1 para trabalhar em sinergia com outros agentes terapêuticos como vacinas e agentes de latência, para efetivamente diminuir os  reservatórios do HIV sob a TARV como um meio de estabelecer uma cura funcional”.


EGC

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