quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A proteína do HIV-1 suprime a resposta imune mais amplamente do que se pensava

LANÇAMENTO PÚBLICO: 5 DE FEVEREIRO DE 2019 

Um novo insight sobre como uma proteína do HIV-1 dificulta a resposta imune à infecção poderia informar o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes

Os cientistas revelaram como uma proteína produzida pelo HIV-1 desempenha um papel mais amplo na supressão da resposta do sistema imunológico à infecção do que se pensava anteriormente.
Suas descobertas podem ajudar a informar estratégias de tratamento mais eficazes para o HIV, incluindo aquelas que visam ativar o vírus inativo em pacientes antes de eliminá-lo. O estudo, publicado no eLife , vem de uma colaboração entre a Universidade de Ulm, na Alemanha, eo Instituto de Descoberta Médica Sanford Burnham Prebys (SBP), em La Jolla, nos EUA.
Enquanto o sistema imunológico faz um esforço significativo para combater o HIV, o vírus ainda é capaz de se replicar e se espalhar de forma eficiente, infectando cerca de dois milhões de pessoas a cada ano. Este sucesso pode ser explicado em parte por vários fatores virais que enganam o sistema imunológico. Estes incluem quatro 'proteínas acessórias' - Vif, Nef, Vpr e Vpu - que ajudam o HIV a persistir em níveis elevados no corpo.
"Quando as células são infectadas pelo HIV, elas podem enviar sinais de alarme para as células saudáveis, dizendo-lhes para lutar contra patógenos virais e assim prevenir a propagação da infecção. No entanto, a proteína U (Vpu) é capaz de silenciar esses sinais", explica. co-autor Simon Langer, bolsista de pós-doutorado no SBP Medical Discovery Institute, anteriormente no Ulm University Medical Center.
"Já se sabia que o Vpu usa algumas técnicas para suprimir a resposta imune à infecção pelo HIV. Mas o acúmulo de pesquisas sugeriu que a proteína desempenha um papel maior inibindo a ativação de outras proteínas chamadas fatores de transcrição", acrescenta o co-autor Kristina. Hopfensperger, estudante de doutorado no Centro Médico da Universidade de Ulm. "Queríamos obter mais informações sobre os mecanismos usados ​​pela Vpu para conseguir isso."
A equipe analisou células humanas infectadas com clones de HIV-1 que produziam Vpu intacta ou defeituosa. Eles testaram os efeitos dessas variantes do HIV na resposta à infecção, liberação de sinais de alarme e produção de fatores antivirais pela célula.
Seus resultados revelaram primeiramente que o Vpu suprime a ativação de um fator de transcrição chamado NF-κB - um 'regulador mestre' de ativação imune em indivíduos infectados. Como resultado da diminuição da atividade do NF-κB, o Vpu reduziu a produção de vários fatores celulares que desempenham papéis-chave na resposta imune antiviral.
"De fato, vimos que mutantes do HIV sem Vpu desencadearam a liberação de uma quantidade maior de interferon, que é um importante sinal de alarme para células não infectadas", diz Christian Hammer, cientista da Genentech, sul de São Francisco, EUA. "Isso sugere que a proteína inibe a conversa entre as células do sistema imunológico durante a infecção pelo HIV".
"No geral, mostramos que o Vpu desempenha um papel muito mais amplo na supressão do sistema imunológico do que se acreditava, especialmente porque dificulta as respostas imunes ao NF-κB no nível transcricional", conclui o autor sênior Daniel Sauter, professor júnior da Universidade de São Paulo. Centro Médico da Universidade de Ulm.
"A NF-kB inativa pode manter o HIV em um estado latente que impede que as drogas atuais erradiquem o vírus. Nossas descobertas podem, portanto, informar abordagens terapêuticas com o objetivo de ativar o HIV dormente para a subsequente eliminação do vírus."

https://www.eurekalert.org/pub_releases/2019-02/e-hps020519.php

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